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Huang-Po (morto em 850)
Referências/Kapleau/Varenne/Discípulos/Textos/Linhagem

Referências1

Huang-po (Obaku) foi um mestre ch'an que recebeu a transmissão do Dharma de Pai-Chang e transmitiu o Dharma para Lin-chi que iniciou a linhagem Rinzai.

Huang-po teve treze herdeiros de Dharma e é um antepassado da tradição Rinzai. Huang-po foi primeiro monge em Monte Huang-po, próximo sua casa, mais tarde ele foi procurou por Ma-tzu mas chegou depois que o mestre já tinha morrido. Ele permaneceu, no entanto, e se tornou discípulço de Pai-Chang. Mais tarde ele residiu em vários monastérios antes de ter seu próprio, que ficou conhecido com Huang-po.

Referências2

Huangbo Xiyun (Huang-po Eu-ts'un, Obaku Kiyun), Século. 9º SÉCULO. Herdeiro de Dharma de Baizhang Huaihai. Ele deu Transmissão a Linji Yicun. Ele aparece em "Registros do Precipício Azul" 11, "Registros do Silêncio" 53, 86, 96, e em "Gateless Gate" 2.

Obaku Kiun (Em chinês Huang-po Hsi-yün, ? —850): outro mestre Zen eminente do período T’ang. Rinzai foi um dos seus mais célebres discípulos.



Huang-Po, depois de Huei-Neng e Chen-Huei, é o único "teórico" do "pensamento" zen dos primeiros tempos. Seu opúsculo Da transmissão do Espírito é um tratado pedagógico, notável tanto pela clareza literária quanto pela precisão metafísica.

O espírito (shin) evocado pelo sábio chinês não pode ser objetivado ou sacralizado, e essa precaução invalida as interpretações religiosas correntes.

Quanto à transmissão desse espírito, irrecuperável pela mente egocêntrica. Huang-Po costumava dizer, se o interrogavam a respeito:

- Ouvistes falar da transmissão do espírito e deduzistes que há alguma coisa a receber. Bodhidharma afirmava:

Nenhum discurso humano pode revelar ou formular a natureza do espírito quando a pessoa realmente o compreendeu. Atingir a iluminação não é nada; mas aquele que a atinge não revela o que sabe.’

Se eu tentasse explicar-vos isso, pergunto-me: poderíeis afrontá-lo?’’

Huang-Po, a exemplo de todos os mestres ulteriores do Tch’an, esquiva-se às tentações intelectuais próprias ao estudo dos textos búdicos. O espírito, identificado com o conhecimento impessoal da natureza original, não pode ser conquistado pela reflexão, pela razão discursiva.

Quanto mais acumulamos um saber concernente às Escrituras, mais nos afastamos de nossa verdade congênita, aumentando sem cessar as conseqüências de nossos erros e ignorância.

Apegar-se ao dogmatismo de uma doutrina é envolver-se nos meandros dualistas contidos na formulação sentenciosa e vã.

Enquanto insistirmos em encontrar uma solução para nossos "problemas" e conflitos, estaremos prisioneiros da memória, engolfados no passado, alheios ao presente, à vida que corre sob nossos olhos...

Mas se abandonarmos espontaneamente todas as tentativas de elucidação racional, passado, presente e futuro serão imediatamente compreendidos.

É igualmente absurdo tentar se desfazer da ilusão ou julgar-se preso às malhas da ignorância. O espírito contemplado por Huang-Po não difere da compreensão instantânea, ele é "aquilo que temos diante de nós".

A partir do momento que refletimos, erramos. E preciso renunciar a toda idéia de formulação conceitual e transformar nossa impaciência natural numa interrogação tácita "desinfetada" de presunções egocêntricas.

Sob esse aspecto, o pensamento do despertar é, sem dúvida, o mais pernicioso. o que mais induz ao erro: ele supõe sempre um alvo a atingir no final de uma progressão gradual, implica "aquisição" e também uma teoria do "mérito".

Se não compreendermos que o espírito não é objetivo nem subjetivo, os esforços, a ascese, a austeridade e as privações irão se transformar em outros obstáculos, perturbações psicológicas graves.

Armar tais estratégias para apanhar o espírito é como tentar reter água no côncavo da mão. Desmantelando as molas do pensamento intelectual, Huang-Po parte da via negativa ou apofática, herdada da metafísica do Madhyamika e das especulações dos filósofos taoístas:

‘‘Não existe ‘eu’, não existe ‘tu. Não existe desejo mau’, nem ‘cólera, nem amor’, nem ódio’, nem ‘vitória’, nem ‘derrota’.’’

Poderíamos concluir dessas asserções radicais que elas contradizem a regra búdica e se opõem ao exercício das virtudes que o monge promete acatar quando pronuncia os votos; mas Huang-Po não as nega, pelo contrário, insiste no perigo de uma ideologia pietista que implicasse uma causalidade na obtenção do despertar. A compreensão não é absolutamente a conseqüência lógica da vida virtuosa, que vem em acréscimo e decorre naturalmente de uma atitude justa, alheia ao monopólio do pensamento.


  1. Extraído do site http://www.kaihan.com/.
  2. Extraído de "Ensinos do Mestre Zen Anzan Roshi"(texto compilado pelo Ven. Jinmyo Fleming ino e traduzido ao Português por Claudio Miklos.
  3. Extraído de "Os três pilares do Zen" de Philip Kapleau
  4. Extraído de "O Zen" de Jean-Michel Varenne



Entre os treze discípulos de Huang-Po estão: Linji Yicun e Mu-chou Tao-ming.
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