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Wen-yen de Yun-men (864-949) Referências/Kapleau/Varenne/Discípulos. Yunmen Wenyen (Wen-yen de Yun-men, Ummon Bun'en), 864-949. Kuangzhen(K'uang-chen, Kyushin) era um título póstumo. Um Herdeiro de Dharma de Xuefeng Yicun. Ele aparece em "Registros do Precipício Azul" 6, 8, 14, 15, 22, 27, 34, 39, 47, 50, 54, 60, 62, 77, 83, 86, 87, 88, "Registros do Silêncio" 11, 19, 24, 26, 31, 40, 61, 72, 78, 82, 92, 99 e em "Gateless Gate" 15, 16, 21, 39, 48,. Ver o Komyo de Dogen, Eihei Gen zenji goroku 3. Ummon Bun’en (Ch., Yun-mên; Wên-yen;? -949): Mestre notável do fim da T’ang, que, tal como Rinzai, usava linguagem vigorosa e táticas violentas para estimular seus discípulos ao despertar do Eu. As circunstâncias da iluminação de Ummon são conhecidas por todos os discípulos do Zen. Procurando conseguir um dokusan com Bokuju, que foi seu mestre mais tarde, Ummon t,ateu na .portinha ao lado do grande portão que levava ao templo de Bokuju. Este perguntou: Quem é?" e Ummon respondeu, "Bun’en". Bokuju, que costumava recusar o dokusan a todos, com exceção daqueles que buscavam a Verdade mais ardentemente, ficou satisfeito com a batida de Ummon na porta e o tom de sua voz, percebendo que buscava sinceramente a verdade, e o admitiu. Mal tinha Ummon entrado, quando Bokuju, percebendo o estado de sua Mente, agarrou-o pelos ombros e perguntou: "Vamos! depressa, diga-o, diga-o!" mas Ummon, não sendo ainda capaz de compreender, nada pôde responder. A fim de empurrar a Mente de Ummon para dentro da Compreensão, Bokuju impeliu-o de repente para fora pela porta meio aberta e fustigou-o nas pernas gritando: "Você não presta para nada!" Com uma exclamação de "Ui!" Ummon, cuja mente neste momento estava vazia de todo pensamento, repentinamente ficou iluminada. A virulenta eloqüência de Yun-Men é única. Ao contrário de Lin-Tsi, com o qual costuma ser comparado, não grita nem sova — suas palavras, no entanto, são como projetis que atingem violentamente a consciência do ouvinte. Ao evocar o nascimento mítico do Buda, que os relatos hagiográficos se comprazem em rodear de milagres, afirma brutalmente: ‘Tivesse eu testemunhado aquela cena e de um só golpe acabaria com o recém-nascido, dando depois Sua carne aos cães. Teria sido uma excelente contribuição para a paz e a harmonia do mundo." Yun-Men não é um cínico. Suas palavras cruéis tentam violentar a consciência do aluno embalada pela satisfação religiosa que induz ao erro. A animosidade de Yun-Men sacode a apatia e o quietismo dos monges, seguros na pseudomeditação em posição sentada, protegidos pela disciplina monástica. ‘Ainda que eu pudesse vos enunciar uma palavra ca paz de provocar a iluminação súbita, isso seria como atirar imundícies às vossas cabeças.’’ Ciente da vacuidade dos discursos, de sua impotência em traduzir a verdade do Tch’an, Yun-Men freqüentemente se escusava de falar. E muitas vezes chamava os discípulos à parte e perguntava: "Precisam de alguma coisa?’’ Um poema magnífico, que é como que um brasão-d’armas de sua escola, descreve a prática pedagógica desse mestre formidável: "Escarpada é a montanha de Yun-Men, a qual se sobe a pique, deixando-se as nuvens a seus pés! As cataratas que despencam não permitem aos peixes folgar. Quando alguém passa minha porta, já sei que idéias traz consigo. Para que agitar novamente a poeira acumulada há tanto tempo sobre uma estrada antiga?" Yun-Men refere-se constantemente à experiência pessoal, descarta as alusões religiosas ou filosóficas e aponta para a revelação instantânea do ser. O Tch’an insiste no valor do cotidiano e recusa-se a trilhar o terreno pantanoso das argúcias e polêmicas.
Entre os discípulos e Herdeiros do Dharma de Yun-Men estão Sozan Honjaku (Ts'ao-shan), Xianglin Dengyuan e Dongshan Shouchu. |