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A Abordagem não-sectarista
Jamyang Khyentse Chökyi Lodrö


A sangha deveria ser amigável uma com as outras. Não mantenha uma atitude sectarista diante das diferentes linhagens. Não crie diferenças e contradições entre os diferentes ensinamentos. Abandone a crítica ao Dharma.

Resumindo, evite tomar partido e ser sectarista. Entendendo que os muitos caminhos diferentes de explicar o Dharma que é como um oceano são todos para o objetivo de domar a própria mente, por favor pratique. Sempre mantenha o corpo, a fala e a mente em um estado domado, calmo, relaxado e pacífico. Com atenção e entendimento, por favor seja cuidadoso.

O rei Krikri teve um sonho que significava que o buddhismo na Índia seria uma doutrina disputada pelas dezoito escolas do Hinayana. E assim aconteceu e gradualmente o buddhismo declinou na Índia. Mesmo na direção norte, no Tibet, as sementes da discordância sectarista foram plantadas nas tradições Sakya, Gelug, Kagyü e Nyingma. Essas disputas sectaristas fazem as pessoas se tornarem agitadas, perturbadas e confusas. Eles prejudicam tanto esta vida quanto as futuras, criando negatividade para si mesmo e para os outros. Não nem mesmo o menor significado ou essência em manter estas visões sectaristas, então devemos abandonar todas essas atitudes a fim de proteger e preservar o Buddhadharma.

Já que o Buddha atingiu um estado de não-medo, ninguém tem o poder ou a habilidade de destruir seu Dharma a partir de fora. Mas, assim como pequenos insetos consomem o estômago de um leão das neves a partir de dentro, destruindo sua saúde, do mesmo modo foi previsto nos Sutras que o Buddhadharma seria destruído a partir de dentro.

Lembre-se deste conselho e o mantenha em sua mente, abandone o que é contrário a ele e adote o que quer que esteja de acordo com ele. Os chefes de família deveriam fazer oferendas ao Buddha, ao Dharma e à Sangha, e com a intenção de beneficiar os outros, deveriam perseverar entusiasticamente em fazer ações virtuosas. Deste modo, a vida presente e as futuras serão felizes, virtuosas e auspiciosas.

Eu [Jamyang Khyentse Chökyi Lodrö] estou próximo da morte agora. Estou velho. Tudo o que posso fazer é ter um bom coração, com devoção pelo Buddhadharma. Realmente não tenho qualquer poder para beneficiar o Dharma ou os seres sencientes. Tudo o que posso fazer é rogar seriamente para o florescimento do Dharma. Possam os sons do grande tambor das Escrituras Sagradas do Dharma se espalharem daqui até o topo do universo. Possa tudo ser auspicioso!

Esta Abertura do Dharma foi escrita a pedido do governador do Sikkim [Upa Sahib] por um tibetano que tem o nome da emanação de Jamyang Khyentse, o estúpido Chökyi Lodrö [1893-1959], que, com um coração extremamente bom, escreveu ininterruptamente. Possa esta virtude trazer benefício para o Dharma sagrado e para todos aqueles que vagam no samsara. Sarva mangalam.

[jamyang khyentse chökyi lodrö]




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