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O filósofo Nagarjuna foi o primeiro pensador budista com uma visão que transcende o "teológico" i.e. o Abhidharmico. Ele implementa a convergência da várias correntes Mahayana e as une em um sistema coerente, sem negligenciar os elementos da literatura Hinayana. O ponto de partida de sua filosofia é o retorno às doutrinas principais dos Ensinamentos como eles foram proclamados por Gautama Buda, assim rejeitando completamente a elaboração de Abhidharma. Seu ponto de vista básico é - da mesma maneira que a visão histórica de Buda - principalmente empírica, epistemológica e não ontológica (como foi reivindicado por exemplo por De La Vallee Poussin e parcialmente também por Stcherbatsky), enfatizando o 4° lema da Lógica Tetralema , pela qual ele obtém um aspecto negativo. Seu ponto de vista é que as aquisições Mahayana continuam os temas originais do Caminho do Meio (Madhyamaka é o equivalente de Madhyama-pratipad). Biografia: A lenda em torno dele domina a biografia da Nagarjuna e é então altamente incerta. Ele deve ter vivido durante o 2° ou 3° século, como um Brâmane ou o filho de um Brâmane, na Índia Central e/ou Meridional. Até se suspeita que vários "Nagarjuna" são processados na lenda. Nagarjuna ('serpente-branca') é um nome muito comum na Índia. Trabalho: Um grande número de trabalhos são atribuídos a Nagarjuna, mas a crítica textual (na Índia, China e Tibet) rejeitou a autoria por Nagarjuna de várias destes trabalhos. De acordo com a pesquisa mais recente resulta que os trabalhos seguintes podem ser autênticos: Mula-madyamika-karika Sunyata-saptati Vaidalya-prakarana Catuh-stava Suhrillekha Yukti-sastika Vigraha-vyavartani Ratnavali Pratitya-samutpada-hridaya Sutrasamuccaya Alguns outros importantes trabalhos atribuídos a Nagarjuna são menos certos, por exemplo Mahaprajnaparamita-sastra e Dasabhumika-vibhasa. Todos outros trabalhos são unanimemente considerados como inautênticos. Controvérsia: Nagarjuna, Hinayana ou Mahayana? Nagarjuna remete-se para o que ele vê como os ensinamentos originais de Buda, e certamente não para os desenvolvimentos 'Hinayana' destes. É por meio de dados originais que ele sistematiza o pré-Mahayana e temas do Mahayana e que ele refuta a característica das proposições das escolas de Sarvastivada e Sautrantika. Nós podemos deste modo determinar diferenças notáveis entre Nagarjuna e as doutrinas Hinayana tradicionais. Então, por exemplo Nagarjuna enfatiza sunyata (vazio) acima de anatmya (P. anatta - não eu); ele coloca o dharma-sunyata em vez do dharma-svabhava (Sarvastivada) e do pudgala-sunyata (Sarvastivada, Sautrantika, Theravada). Ainda, é defendido por alguns que Nagarjuna não é um "efetivo Mahayanista" (Guarda), ou até que ele é um Theravada (Kalupahana). Contra estas opiniões nós podemos apresentar os argumentos seguintes: A pressuposição de que só o cânon Pali reflete os Ensinamentos 'original' de Buda não pode ser mantida. O redação final dos Cânon datam de Budaghosa, ± 2 séculos depois de Nagarjuna. O argumento de Kalupahana que em MMK só a Katyayanavada é mencionada como uma referência; e que este texto aparece no cânon Pali como Kaccayanagotta-sutta, não convence, pois aquele mesmo texto é também achado nos cânon chineses ("Mahayna"). Kalupahana declara que "Assumindo que Nagarjuna foi um Mahayanista e, então, deve ter rejeitada qualquer literatura que foi preservada pelo Sthaviravadins,...". Isto é contrário a realidade de que o Mahayana integralmente absorveu os textos Hinayana em seus próprios cânones bíblicos. Nagarjuna introduz - também em seu MMK - temas que são completamente estranhos tanto ao cânon Pali como a tradição Hinayana, por exemplo upaya (recurso significativo) ou os Três Níveis de Verdade com a impossibilidade para atingir a verdade absoluta por via de pensamentos discursivos. A transmissão tradicional dentro do Hinayana rejeita as proposições de Nagarjuna (não resistindo a influência que eles tiveram sobre seus ensinamentos); no Mahayana por outro lado, Nagarjuna é considerada como um 'segunda Buda' que "colocou a Roda do Dharma em movimento pela segunda vez." Em alguns casos Nagarjuna é até divinizado! Nós não devemos tirar o MMK do contexto de outro trabalho inegavelmente de Nagarjunian, mas devemos reconhecer a sua inter-relação mútua. Nagarjuna é sem duvida o sistematizador do Mahayana e o ponto de partida da filosofia Mahayana. É provavelmente por isto que J. Takakusu em seu 'Essência da Filosofia Budista' descreve Madhyamaka como 'Quase-Mahayana'. É geralmente aceito que Nagarjuna foi especialmente inspirado pela literatura do Prajnaparamita. Isto é inegavelmente, mas também um vínculo com o modo do pensamento do Avatamsaka não pode ser negado. As declarações tipicamente 'Nagarjuniana' podem ser freqüentemente encontradas no Sutra da Guirlanda, por exemplo: "Samsara e nirvana são ambos os inagarráveis. Os professores enganosos pregam uma diferença entre samsara e nirvana." Ou, "O bodhisattva vê claramente que toda existência não tem uma natureza própria e então ele entende que esta é completamente vazia e sem substância. Nâo existe um corpo, nem um não-corpo, nem pensamento nem não-pensamento. Não existe um ser nem um não-ser. A existência inteira é sem possessão e sem ser. Ela nem é nem não-é." Não se pode ser mais 'Nagarjunian ' que isto... Vazio, Conceitos e o conhecimento de Verdade. O Buda histórico já declarava: todas as formas de existência são caracterizadas pela insatisfatoriedade; todas as formas de existência são caracterizadas pela impermanência; todos os elementos da existência são caracterizados por não-ser. Dentro da experiência existencial nós não podemos então falar de valores permanentes ou autônomos. Mas como então devemos interpretar esta experiência existencial? Em termos budistas isto é o samsara, o 'mundo de sofrimento'. 'Existir' é o que cada ser separado percebe por si mesmo. A existência é o que acontece - novamente para cada ser separado - entre o momento que passou e o momento que não está ainda aqui, i.e. o processo transitivo de passado (karma = os atos do passado) para futuro (phala = karmic resultados). O presente então é sempre uma 'transformação'. Este 'tornando' não é diferente de pratitya samutpada, isto é, um processo de condições causais. Que é a 'verdade ' então permanecendo além de ser (permanência) e não-ser (aniquilação). Nagarjuna estende consequentemente este conjunto de pensamento. Ele chama isto 'nem ser nem não-ser' sunyata (vazio). Vazio não é um conceito negativo (como em 'nada'), mas afirma a possibilidade, em função de eventuais condições relacionais, de manifestar todas as características imagináveis. Como tudo isto é reconhecível (o mundo fenomenal) está 'vazio', também todo nosso conhecimento que é feito relativo pela relação (sujeito/objeto) é vazio. Nós reduzimos a percepção em conceitos elementares (darmas), que por seu turno pode ser novamente considerado como objetos cognitivos. Nagarjuna destaca o 'vazio ' de cada darma em todos os níveis de nossas habilidades cognitivas. Conceitos (dharmas) são vazios, i.e. sem substância. Nosso pensamento discursivo, que usa a linguagem para fixar conceitos para o que é percebido, é então irrelevante quando ele obter um conhecimento adequado da realidade por ele mesmo, i.e. independente de percepção.3 A única coisa que pode ser dita com sentido, é que toda a experiência e expressão desta experiência, é 'vazia'. 'Vazio' é, onde nossos poderes de cognição são concernentes, a única realidade que todas as coisas (assuntos e objetos) tem em comum. Mas também este conceito de 'vazio' está 'vazio ' e na análise final é irrelevante - ainda, ele permanece o último ponto do que é expressável. O pensamento conceitual é necessariamente dualístico desde - quando reduzido a sua expressão mais simples - só pode existir na relação mútua de um 'conceituante' (como sujeito) e um 'conceito' (como objeto). Nenhum 'conceituante' nem 'conceito' pode ser considerado como entidades separadas. Por meio do pensamento discursivo, que trabalha com conceitos e suas expressões de linguagem, nós então não podemos nunca ir além do que é relativo (ou relacional). Aqui, Nagarjuna manifesta ele mesmo claramente como um epistemologista empírico. Ele chega a conclusão de que existem três níveis de verdade. As duas primeiras são mutuamente relacionados e formam uma bivalência: alguma coisa é falsa/alguma coisa é verdadeira. Que nos dá: asatya - mentira (mentir ou entender mal), por exemplo "uma lebre tem trompa" loka-samvriti-satya - 'verdade falada no mundo', 'verdade relativa', por exemplo "uma lebre não tem chifres" o terceiro nível de verdade é não conceitual : paramartha-satya - 'verdade última, verdade absoluta '. Este terceiro nível não pode ser nem conceitual nem discursivo, é uma verdade que é inconcebível e inexprimível. Tradicionalmente estes três níveis da verdade são ilustrados pela metáfora da serpente: Ao entardecer um homem caminha ao longo de um caminho na floresta. De repente na estrada na frente dele ele vê uma serpente. Ele fica apavorado e corre. Na manhã seguinte ele caminha no mesmo caminho e descobre que o que ele pensou ser uma serpente é, em pleno dia, só uma corda. a 'serpente' percebida é falsa a 'serpente que é uma corda' é uma verdade relativa. Nagarjuna acrescenta a isto que ambos a 'corda ' e a 'serpente ' são só conceitos e conclui: na 'verdade absoluta' não existe nem serpente nem corda, apenas os conceitos vazios delas. Os conceitos que são falsos, pertençam ao mundo de ilusão do ego (aham iti = eu sou) e são caracterizados por ego-pensamento: sujeito 'falso' objeto 'falso'. Os conceitos que são verdades relativas, são formas de expressão de uma perspectiva de não-ego. Eles são 'verdade' no sistema em que eles aparecem: sujeito 'falso' objeto 'verdadeiro' Os conceitos não podem nunca ser 'verdade absoluta', desde que nesta nível toda dualidade cai fora. Todo conhecimento da verdade absoluta então tem que ser não conceitual i.e. 'imediato' (sem mediador) Nas formas do conhecimento imediato, que faz uso de idéias, pensamentos, palavras, etc., as coisas só são reconhecíveis como conceitos, i.e. dentro das relações em que elas aparecem. O assunto e objeto são redutíveis a dharmas, deste modo, 'vazio' é somente a 'verdadeira' natureza que nós podemos atribuir-lhes. Onde está presente o dualismo, a "verdadeira natureza das coisas" ou " verdadeira realidade" permanece além do conhecimento; o "conhecedor" - ou melhor - permanece ao nível da verdade relativa. Alguns exemplos de dualismos ou dicotomias: bom/mal, criador/criação, o ser iluminado/o ser ignorante, transcendente/imanente, sofrimento/felicidade, dualidade/unidade, samsara/nirvana. Aplicado em relação aos ensinamentos budistas resulta: mentira: adharma, o não-ensinamento verdade relativa: buddhadharma, o ensinamentos como foi proclamado pelo Buda Sakyamuni histórico. verdade absoluta: saddharma, os Ensinamentos visto além do tempo e do espaço. Qual então, é a relação entre as Quatro Verdades Nobres e os níveis de verdade estabelecidos por Nagarjuna? O nível de verdade relativa pertence às duas primeiras Nobres Verdades (Sofrimento e a Causa do Sofrimento), uma vez que eles ocorrem no nível samsárico. Eles formam como o ponto de transição de (a) para (b) e seu resultado é o conhecimento relativo (jñana: conhecimento). Ao nível da verdade absoluta pertencem às duas últimas Nobres Verdades (Cessação do Sofrimento, e o Nobre Caminho Óctuplo), uma vez que eles acontecem no nível de orientação nirvânica. Eles formam como o ponto de transição de (b) para (c), e seu resultado é o conhecimento absoluto (sarvajña: omnisciência ou prajña: sabedoria). Nós podemos observar aqui que cada uma destas transições não é nada mais que um processo de causação dependente, que acontece de acordo com o paradigma que é pratitya-samutpada. O ponto de partida de Nagarjuna é claramente negando. Os versos introdutórios para seu MMK por exemplo são (da Versão Sânscrita): "Eu o saúdo, o completamente iluminado, o melhor dos oradores, que pregam a não interrupção e o não-surgimento, a não aniquilação e a não permanência, a não identidade e a não diferença, o não aparecimento e o não desaparecimento, o surgimento dependente, o apaziguamento de obsessões e os auspícios." A tradução chinesa dos versos introdutórios por Kumarajiva é até mais poderosa, e é conhecida como as Oito Negações. Não Surgimento, Não Extinção, Não Aniquilação, Não Permanência, Não Unidade Não Diversidade, Não Vinda, Não Ida. Nagarjuna e a "soteriology" budista O pensamento de Nagarjuna reflete a si mesmo principalmente na "soteriology". Pois, somente isto é verdadeiramente importante para o sujeito ser sofrimento, impermanência e delusão. Em resumo nós podemos dizer que Nagarjuna - da mesma forma que o Buda histórico - foi antes de tudo um empiricista e um pragmático, cuja meta estava em homem livre de visões[erradas]. O problema do dualismo conceitual e a rejeição dele tem várias conseqüências: Não é através do pensamento conceitual, discursivo que a Iluminação pode ser realizada. A intelectualidade (inclusive filosofia...) não pode oferecer uma perspectiva da Iluminação; somente a experiência direta ou imediata, entre outros no nível meditativo, por meio da qual a atividade da consciência de formação do ego (manas) é neutralizada, oferece acesso a verdade absoluta, que por sua vez mantém o nirvana. Bom e mal é dualismo, i.e. conceitos relativos que só podem ser usados no nível da verdade relativa. A Salvação ou Liberação da mente está além destes conceitos. Nagarjuna enfatiza aqui a subordinação da função da moralidade e disciplina moral (sila) em relação a "soteriology". Ele porém sublinha a introdução de conceitos como 'saudáveis' (kusala) e 'insalubre' (akusala), certamente no nível da verdade relativa, como ações que são conduzidas pela lei cármica. Estas leis operam em função da volição. Nesta perspectiva os pares 'bom'(punya) / 'saudável'(kusala) e 'malvado'(papa) / 'insalubre'(akusala) são só 'expedientes corretos'(upaya kausalya). No final, até samsara e nirvana são só conceitos e então só aplicável em um nível relativo, por exemplo em relação a um ao outro ou em relação à situação do sofrimento do ser. Visto do 'absoluto', eles são ambos sunyata, ambos com a característica idêntica do vazio. Sua diferença reside na percepção da sabedoria. Como é declarado no MMK, XXV.19-205 Não existe nenhuma diferença mesmo Entre Nirvana e Samsara, Não existe nenhuma diferença mesmo Entre Samsara e Nirvana. O que faz o limite do Nirvana É também então o limite do Samsara. Entre os dois nós não podemos achar A mais leve sombra de diferença. Deve então ser visto no próprio contexto do MMK, XXV.23-24: O que é identidade, e o que é diferença? O que é eternidade que não eternidade? O que significa eternidade e não eternidade juntas? O que significa negação de ambos os assuntos? A felicidade consiste na cessação de todo pensamento, Na quiescência da Pluralidade. A Realidade (separada) não foi pregada absolutamente, Em nenhuma parte e de modo algum por Buda. A diferença e/ou igualdade que nós atribuímos ao samsara e nirvana deste modo não são de nenhuma forma para ser interpretada como uma diferença ontológica, como se este mundo de sofrimento fosse diferente ou idêntico ao mundo da iluminação. A diferença e/ou igualdade são declarações empíricas, epistemológicas: nós consideramos um eventual mundo 'objetivo' só através de dados experimentais. Discriminação entre, e conceitualisação sobre samsara e nirvana são então construções de nossa consciência e deste modo só válidas no nível da verdade relativa. Nagarjuna tinha prevenido sobre o budismo acabar como um ensinamento estático. O risco era real, por exemplo os ensinamentos da escola de Sarvastivada favorecia o escolasticismo. Também, através do relativismo filosófico e até de conceitos (idéias) "soteriological" ele abriu, de um originalmente budismo não metafísico, um caminho em uma direção de uma mais ampla - e em uma certo sentido até metafísica - pesquisa, até para um denominado misticismo horizontal. Através da rejeição de todas as interpretações dogmáticas ele oferece ao Mahayana a possibilidade de numerosos caminhos não conflitantes desde que eles permaneçam relativos 'mundanamente falando' a expressões de "Ensinamentos inconcebíveis, incoisificados e inexprimíveis". É então muito justo que Nagarjuna seja considerado como o fundador e patriarca por quase todas escolas Mahayana e Vajrayana, tendo elas às vezes usado declarações bastantes diferentes do Mestre. Provavelmente acontece que uma visão exclusivamente negativista é atribuída a Nagarjuna. Isto é porém considerado por sua tolerância em relação às possibilidades que são oferecido ao homem para a realização da Iluminação. Porque o que Nagarjuna refutou em primeiro lugar é a possibilidade de realização da Iluminação por via do pensamento conceitual. Opondo-se aqueles porém ele propõe o denominado Três Portões para a Liberação (trini vimoksa-mukhani, Ch. San-chieh-t'o-men, J. sangedatsumon), nominalmente as meditações sobre: vazio (sunyata, Ch. k'ung, ku) a não substancialidade dos fenômenos, seu simbolismo (animitta, Ch. wu-hsiang, J. muso) a indesejabilidade das coisas (apranihita, Ch. wu-yüan, J. mugan), i.e. o ser-livre de desejo e significado. Deste modo Nagarjuna dá a sua filosofia uma direção positiva, até quando isto é apontado contra o convencional, 'conhecimento' mundano. Nós podíamos procurar analogias em Lao-tzu. Madhyamaka depois de Nagarjuna O modo de pensamento de Nagarjuna foi indubitavelmente uma grande influência e continuou com um grande número de filósofos depois dele. Deste modo pode ser dito que sua filosofia (junto com a literatura do Prajñaparamita e o Sutra Lankavatara) deitou a fundação para as mais antigas escolas Ch'an, tendo estas porém uma forte influência do Taoísmo e do pensamento Yogacara. O impacto de Nagarjuna vai ainda mais além, e não é nenhum milagre que ele seja reconhecido como patriarca em praticamente todas escolas Mahayana. No século 5 o Madhyamaka foi separado em duas correntes em que cada uma tentava representar o 'verdadeiro' Madhyamaka. É inegável que também a florescência da Lógica Budista - por exemplo Dinaga7 - era inconcebível sem o impulso dado por Nagarjuna. As duas escolas em que a Madhyamaka foi dividida são: Svatantrika: 'Escola das Bases Independentes', cujo representante mais conhecido foi Bhavaviveka (século 6). 'Svatantra' se refere a uma posição mais positiva: as negações características de Nagarjuna são exclusivamente a refutação de visões erroneamente defendidas. O pratitya-samutpada é a posição mediana entre afirmação e negação. Prasangika: 'Os Ensinamentos de Resultados Indesejáveis'. A origem desta escola é atribuída a Budapalita (Século 5), mas seu expoente mais importante foi sem dúvida Candrakirti (Século 6-7), também o comentarista mais famoso do MMK. De acordo com ele Nagarjuna objetivou uma polêmica absurdamente reduzida, uma demonstração de que cada declaração, cada conclusão deve levar ao fracasso de toda e qualquer pressuposição. A ênfase é colocada no pratitya samutpada como o processo da origem do sofrimento. Freqüentemente esta escola é associada com o 'empirismo radical' . Ela teve o maior sucesso na China (graças a Kumarajiva 344-413 e Chi-tsang 549-623). Até hoje ela permanece dominando a filosofia do Gelug-pa tibetano. Mas também fora do budismo o Madhyamaka teve uma grande influência: no hinduísmo, e especialmente no 'Novo Vedanta' (Nava-Vedanta) de Sankara (Século 8-9). Até um século antes um certo Gaudapada foi acusado por Kumarila, um mestre de Mimansa, por fazer muitas concessões para o budismo. Ramanuja (± 1050-1137), o principal expoente do Vedanta teísta, acusou até Sankara de ser um crypto-budista... Mais recentemente porém nós podemos notar o grande interesse de filósofos e físicos atuais sobre o Madhyamaka. Deste modo, Nagarjuna teve não pouca influência em existencialistas como Karl Jaspers e Martin Heidegger, ou físicos teóricos como Heisenberg e Schrodinger. The philosopher Nagarjuna is the first Buddhist thinker with a vision that transcends the "theological" i.e. the Abhidharmic. He implements the convergence of the various Mahayana-streams and unites them in one coherent system, without neglecting elements from Hinayana-literature. The starting point of his philosophy is the return to the main tenets of the Teaching as they were proclaimed by Gautama Buddha, thereby thoroughly rejecting the Abhidharmic elaboration. His basic point of view is - just as the historical Buddha's view - mainly empirical, epistemological and not ontological (as e.g. De la Vallee Poussin and partially also Stcherbatsky had claimed), emphasizing the 4th lemma of the Logical Tetralemma (see before), by which it obtains a negative aspect. His point of view is that the Mahayana-acquisitions continue the original themes of the Middle Way (Madhyamaka is the equivalent of Madhyama-pratipad). Biography: Legend has made itself master of Nagarjuna's biography and is therefore highly unreliable. He is supposed to have lived during the 2nd or 3rd century, as a Brahmin or the son of a Brahmin, in the Middle and/or Southern India. It is even suspected that several "Nagarjuna's" are processed in the legend. Nagarjuna ('snake-white') is a very common name in India. Works: A great number of works are attributed to Nagarjuna, but textual criticism (already in India, China and Tibet) has rejected the authorship by Nagarjuna of several of these works. According to the latest research results the following works could be authentic: Mula-madyamika-karika Sunyata-saptati Vaidalya-prakarana Catuh-stava Suhrillekha Yukti-sastika Vigraha-vyavartani Ratnavali Pratitya-samutpada-hridaya Sutrasamuccaya Some important other works attributed to Nagarjuna are less certain, e.g. Maha-prajñaparamita-sastra and Dasabhumika-vibhasa. All other works are unanimously considered to be inauthentic. Controversy: Nagarjuna, Hinayana or Mahayana? Nagarjuna reverts to what he sees as the original teaching of the Buddha, and certainly not to the 'Hinayana'-developments of it. It is by means of original data that he systematizes the pre-Mahayana and Mahayana themes and that he refutes the propositions characteristic for the Sarvastivada and Sautrantika-schools. We can thus determine notable differences between Nagarjuna and the traditional Hinayana doctrines. So, e.g. Nagarjuna emphasizes sunyata (emptiness) over anatmya (P. anatta - non-self); he posits dharma-sunyata instead of dharma-svabhava (Sarvastivada) and pudgala-sunyata (Sarvastivada, Sautrantika, Theravada). Yet, it is claimed by some that Nagarjuna is not a "factual Mahayanist" (Warder), or even that he is a Theravadin (Kalupahana). Against these opinions we can bring up the following arguments: The presupposition that only the Pali-canon reflects the 'original' Teaching of the Buddha cannot be maintained. The final redaction of that Canon dates from Buddhaghosa, ± 2 centuries after Nagarjuna. Kalupahana's argument that in MMK only the Katyayanavada is mentioned as a reference; and that this agama appears in the Pali-canon as Kaccayanagotta-sutta, is not convincing, since that same text is also found in the Chinese ("Mahayna") canon. Kalupahana states that "Assuming that Nagarjuna was a Mahayanist and, therefore, must have rejected any literature that came to be preserved by the Sthaviravadins,...). This is contrary to the reality that Mahayana has integrally absorbed the Hinayana-texts into its own scriptural canons. Nagarjuna introduces - also in his MMK - themes that are completely strange to both the Pali-canon and the Hinayana-tradition, e.g. upaya (expedient means) or the Three Levels of Truth with the impossibility to attain absolute truth by way of discursive thought. The traditional transmission within Hinayana rejects the propositions of Nagarjuna (not withstanding the influence they had on their teachings); in Mahayana on the other hand, Nagarjuna is looked upon as the 'second Buddha' who "set the Wheel of the Dharma in motion for the second time." In some cases Nagarjuna was even deified ! We should not take MMK out of the context of other undeniably Nagarjunian works, but should recognize their mutual interrelation. Nagarjuna is without doubt the systematizer of the Mahayana and the starting point of Mahayana philosophy. This is probably why J. Takakusu in his 'Essentials of Buddhist Philosophy' describes Madhyamaka as 'Quasi-Mahayana'. It is generally accepted that Nagarjuna was especially inspired by the Prajñaparamita literature. This is undeniably so, but also a link with the Avatamsaka way of thinking can not be denied. Typically 'Nagarjunian' sayings can often be found in the Garland-Sutra, e.g.: "Samsara and nirvana are both ungraspable. Deceiving teachers preach a difference between samsara and nirvana." Or, "The bodhisattva clearly sees that all existence has only a non-self nature and therefore he understands that it is completely empty and without substance. There is neither body, nor is there no-body, neither thought nor no-thought. There is neither being nor no-being. The entire existence is without possession and without being. It is neither being nor no-being." One cannot get more 'Nagarjunian' than this... Emptiness, Concepts and the knowledge of Truth. Already the historical Buddha stated that: all forms of existence are characterized by unsatisfactoriness; all forms of existence are characterized by impermanence; all elements of existence are characterized by non-self. Within the existential experience we can therefore not speak of permanent or autonomous values. But how then should we interpret this existential experience? In Buddhist terms this is samsara, the 'world of suffering'. 'To exist' is what each separate being perceives for itself. Existence is that which takes place - again for each separate being - between the moment that has passed and the moment that is not yet here, i.e. the transitional process from past (karma = the acts of the past) towards future (phala = karmic results). The present therefore is always a 'becoming'. This 'becoming' is none other than pratitya samutpada, namely, a process of causal conditions. That which is 'true' therefore remains beyond being (permanence) and non-being (annihilation). Nagarjuna consequently extends this train of thought. He calls this 'neither being nor non-being' sunyata (emptiness). Emptiness is not a negative concept (as in 'nothing'), but affirms the possibility, in function of eventual relational conditions, of manifesting all imaginable characteristics. Since all that is knowable (the phenomenal world) is 'empty', also all our knowing which is made relative by the relation (subject/object) is 'empty'. We reduce the perception into elementary concepts (dharmas), who in their turn can be again regarded as cognitive objects. Nagarjuna stresses the 'emptiness' of each dharma on every level of our cognitive abilities. Concepts (dharmas) are empty, i.e. without substance. Our discursive thought, which uses language to attach concepts to what is perceived, is therefore irrelevant when it comes to adequately knowing reality in-itself, i.e. independent from perception.3 The only thing that can be said with sense, is that all experience and expression of that experience, is 'emptiness'. 'Emptiness' is, where our powers of cognition are concerned, the only reality that all things (subjects and objects) have in common. But also this concept of 'emptiness' is 'empty' and in the final analysis irrelevant - yet, it remains the ultimate point of what is expressible. Conceptual thought is necessarily dualistic since - when reduced to its simplest expression - it can only exists in the mutual relationship of a 'conceiver' (as subject) and a 'concept' (as object). Neither 'conceiver' nor 'concept' can be regarded as separate entities. By way of discursive thought, which works with concepts and their language expressions, we therefore can never go beyond what is relative (or relational). Here, Nagarjuna manifests himself clearly as an empirical epistemologist. He comes to the conclusion that there are three levels of truth. The first two are mutually related and form a bivalence: something is untrue/something is true. Which gives us: asatya - untruth (lie or mistake), e.g. "a hare has horns" loka-samvriti-satya - 'world speech truth', 'relative truth', e.g. "a hare does not have horns" the third level of truth is non-conceptual : paramartha-satya - 'ultimate truth, absolute truth'. Since this third level can neither be conceptual nor discursive, it is a truth which is inconceivable and inexpressible. Traditionally these three levels of truth are illustrated by the metaphor of the snake: At dusk a man walks along a path in the forest. Suddenly on the road in front of him he sees a snake. He is terrified and runs off. Next morning he walks the same path and discovers that what he took to be a snake is, in broad daylight, just a rope. the perceived 'snake' is untruth the 'snake that is a rope' is a relative truth. Nagarjuna adds to this that both 'rope' and 'snake' are only concepts and concludes: in 'absolute truth' there exist neither snake nor rope, only the empty concepts of them. Concepts that are untruth, belong to the world of ego-illusion (aham iti = I am) and are characterized by ego-thought: subject 'untrue' object 'untrue'. Concepts that are relative truth, are forms of expression from a non-ego perspective. They are 'true' in the system in which they appear: subject 'untrue' object 'true' Concepts can never be 'absolute truth', since on this level every duality falls away. Every knowledge of absolute truth therefore has to be non-conceptual i.e. 'immediate' (without mediator) In the forms of mediate knowledge, which makes use of ideas, thoughts, words, etc., things are only knowable as concepts, i.e. within the relations in which they appear. Subject and object are reducible to dharmas, thus, 'emptiness' is the only 'true' nature we can attribute to them. Where there is dualism present, the "true nature of things" or "true reality" remains beyond knowing; the "knower" - at best - remains at the level of relative truth. Some examples of dualisms or dichotomies: good/evil, creator/creation, the Enlightened One/the foolish being, transcendent/immanent, suffering/joy, duality/unity, samsara/nirvana. Applied in relation to the Buddhist teachings this gives: untruth: adharma, the non-teaching relative truth: buddhadharma, the teaching as it was proclaimed by the historical Buddha Sakyamuni. absolute truth: saddharma, the Teaching seen beyond time and space. What then, is the relation between the Four Noble Truths and the levels of truth established by Nagarjuna? To the level of relative truth belong the first two Noble Truths (Suffering and the Cause of Suffering), since they take place on the samsaric level. They form as it where the transition from (a) to (b) and their result is relative knowledge (jñana: knowledge). To the level of absolute truth belong the last two Noble Truths (Cessation of Suffering, and the Noble Eightfold Path), since they take place on the nirvanic oriented level. They form as it where the transition from (b) to (c), and their result is absolute knowledge (sarvajña: omniscience or prajña: wisdom). We can note here that each of these transitions is nothing else than a process of dependent causation, which takes place according to the paradigm which is pratitya-samutpada. Nagarjuna's point of departure is clearly negating. The introductory verses to his MMK e.g. are (from the Sanskrit Version): "I salute him, the fully enlightened, the best of speakers, who preached the non-ceasing and the non-arising, the non-annihilation and the non-permanence, the non-identity and the non-difference, the non-appearance and the non-disappearance, the dependent arising, the appeasement of obsessions and the auspicious." The Chinese translation of the introductory verses by Kumarajiva is even more powerful, and is known as the Eight Negations. No Arising, No Extinction, No Annihilation, No Permanence, No Unity No Diversity, No Coming, No Going. Nagarjuna and Buddhist soteriology Nagarjuna's thought reflects itself mainly on the soteriology. For, only this is truly important to the being subject to suffering, impermanence and delusion. In a nutshell we can say that Nagarjuna - just as the historical Buddha - was before all an empiricist and a pragmatic, whose goal it is to free man from [wrong] views. The problem of conceptual dualism and the rejection of it has several consequences: It is not through conceptual, discursive thought that Enlightenment can be realized. Intellectuality (including philosophy...) cannot offer a perspective on Enlightenment; only direct or immediate experience, among others on the meditative level, whereby the activity of the ego-forming consciousness (manas) is neutralized, offers access to absolute truth, which in turn stands for nirvana. Good and evil are dualistic, i.e. relative concepts which can only be used on the level of relative truth. Salvation or Liberation lies beyond these concepts. Nagarjuna here emphasizes the subordinate function of morality and moral discipline (sila) in relation to the soteriology. He however underlines the input of concepts as 'wholesome' (kusala) and 'unwholesome' (akusala), certainly on the level of relative truth, as actions that are carried by the karmic law. This law stands in function of volition. In this perspective the pairs 'good' (punya) / 'wholesome' (kusala) and 'evil' (papa) / 'unwholesome' (akusala) are only 'expedient means' (upaya kausalya). In the end, even samsara and nirvana are only concepts and therefore only applicable on a relative level, e.g. in relation to each other or in relation to the situation of the suffering being. Seen from the 'absolute', they are both sunyata, both with the identical characteristic of emptiness. Their difference resides in the wisdom-approach. As is stated in the MMK, XXV.19-205 There is no difference at all Between Nirvana and Samsara, There is no difference at all Between Samsara and Nirvana. What makes the limit of Nirvana Is also then the limit of Samsara. Between the two we cannot find The slightest shade of difference. Should therefore be seen in its proper context of MMK, XXV.23-24: What is identity, and what is difference? What is eternity what non-eternity? What means eternity and non-eternity together? What means negation of both issues? The bliss consists in the cessation of all thought, In the quiescence of Plurality. No (separate) Reality was preached at all, Nowhere and none by Buddha. The difference and/or equality that we ascribe to samsara and nirvana are thus in no way to be interpreted as an ontological difference, as if this world of suffering would be different or identical to the world of enlightenment. Difference and/or equality are empirical, epistemological statements: we regard an eventual 'objective' world only through experiential data. Discriminating between, and conceptualizing about samsara and nirvana are therefore constructions of our consciousness and thus only valid on the level of relative truth. Nagarjuna has prevented that Buddhism would end up as a static teaching. That risk was real, e.g. in the Sarvastivada school with its leaning towards scholasticism. Also, through relativating philosophical and even soteriological concepts (ideas) he has opened, from an originally a-metaphysical Buddhism, a way towards a wider - and in a certain sense even a metaphysical - research, even towards a so-called horizontal mysticism. Through the rejection of all dogmatic interpretations he offers the Mahayana the possibility of numerous non-conflicting ways as long as they remain relative 'worldly speaking' expressions of a "inconceivable, unthinkable and inexpressible Teaching". It is therefore only fair that Nagarjuna is looked upon as a founder and patriarch by almost all Mahayana and Vajrayana schools, be it sometimes for quite different sayings from the Master. It probably happens that an exclusively negativistic view is ascribed to Nagarjuna. This is however countered by his stand in relation to the possibilities that man is offered towards the realization of Enlightenment. Because what Nagarjuna has refuted in the first place is the possibility of realizing Enlightenment by way of conceptual thought. Opposite to that however he puts the so-called Three Gates towards Liberation (trini vimoksa-mukhani, Ch. san-chieh-t'o-men, J. sangedatsumon), namely the meditations on: emptiness (sunyata, Ch. k'ung, ku) the non-substantiality of phenomena, their signlessness (animitta, Ch. wu-hsiang, J. muso) the undesirability of things (apranihita, Ch. wu-yüan, J. mugan), i.e. the being-free of desire and meaning. In this way Nagarjuna gives his philosophy a positive direction, even when this is aimed against conventional, worldly 'knowledge'. We could look for analogies in Lao-tzu. Madhyamaka after Nagarjuna Nagarjuna's way of thought was undoubtedly a great influence and has been carried on by a great number of philosophers after him. Thus it could be said that his philosophy (together with the Prajñaparamita-literature and the Lankavatara-sutra) has laid the foundation for the later Ch'an-schools, be it however with a strong influence from Taoism and Yogacara-thought. Yet, the impact of Nagarjuna goes further, and it is no miracle that he is recognized as a patriarch in practically all Mahayana-schools. In the 5th century Madhyamaka was split up in two currents who each attempted to represent the 'true' Madhyamaka. It is undeniable that also the blooming of Buddhist Logic - e.g. Dinnaga7 - was unthinkable without the impulse given by Nagarjuna. The two schools in which the Madhyamaka was divided are: Svatantrika: 'School of the Independent Grounds', most known representative is Bhavaviveka (6th century). 'Svatantra' refers to a more positive position: the negations characteristic for Nagarjuna are exclusively the refutation of wrongly held views. The pratitya-samutpada is the middle position between affirmation and negation. Prasangika: 'Teaching of the Undesired Outcome'. The origin of this school is attributed to Buddhapalita (5th century), but its most important exponent is without doubt Candrakirti (6th-7th century), also the most famous commentator on MMK. According to him Nagarjuna aimed at a polemic reductio ad absurdum, a demonstration that each statement, each conclusion must lead to the falling away of any/every presupposition. Emphasis is put on the pratitya samutpada as the proces of the origin of suffering. Often this school is associated with 'radical empiricism'. It is this current that has had the most success in China (thanks to Kumarajiva 344-413 and Chi-tsang 549-623). To this day it remains the dominating philosophy of the Tibetan Gelug-pa. But also outside of Buddhism Madhyamaka had a great influence: on Hinduism, and especially on the 'New Vedanta' (Nava-Vedanta) of Sankara (8th-9th century). Even a century earlier a certain Gaudapada was accused by Kumarila, a Mimansa-master, of conceding too much to Buddhism. Ramanuja (± 1050-1137), the main exponent of theistic Vedanta, accused even Sankara of being a crypto-Buddhist... More recent however we can note the great interest of present-day philosophers and physicists for Madhyamaka. In this way, Nagarjuna had no small influence on existentialists such as Karl Jaspers and Martin Heidegger, or theoretical physicists such as Heisenberg and Schrodinger. |