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Por Gary L. Ray


As descrições históricas das Escolas Ch'an do norte e do sul demonstram um incomum, porem vital período de desenvolvimento. Este período foi o resultado de uma semente de criatividade plantada pelo 5° Patriarca chinês, Hung-jen, e foi seguido pelo que pode ser chamado de a "Idade Dourada" de desenvolvimento do Ch'an. Para discutir adequadamente este período nós precisamos primeiro explicar como Hung-jen plantou esta semente, seguido por seus sucessores criativos que expandiram seus ensinos. Por isso nós precisamos discutir Shen-hui, o homem que tentou rescrever a história produzindo contos e tentando recriar sua linhagem.

Finalmente, o resultado deste ataque e o surgimento de nova era do Ch'an pode nos dar uma maior perspectiva de como os Ch'an tornou-se o que é hoje.

O Ch'an desenvolveu-se lentamente em seus primeiros 100 anos na China. Bodhidharma ensinou Hui-k'o, Hui-k'o ensinou Seng-ts'ang e Seng- ts'ang ensinou Tao-hsin. O Ch'an começa a florescer criativamente com a criação de um novo estilo de ensino, criado por Tao-hsin e continuado por seus sucessores. Este estilo de um Ch'an monástico continua até os presentes dias e é resumido em uma lista de regras conhecidas como as "regulamentos puros".

Os "regulamentos puros" incluem quatro pontos principais de prática que fixa o Ch'an como uma comunidade separada de outras seitas de budismo.

Estes pontos incluem:

  1. As escrituras eram para ser estudadas no seu significado espiritual mais profundo e não para ser tomada literalmente.
  2. O Ch'an é uma prática espiritual para todo mundo.
  3. Atividade de qualquer tipo é meditação.
  4. A comunidade é independente - criando seus próprios recursos, como a produção de alimentos.

Embora alguns estudiosos debatam se o "regulamentos puros" foram originados neste período, estas tendências são notáveis nas histórias e documentos do Ch'an dos 6° e 7° século.

Com a prática Ch'an definida e realizada, e a emergência de uma unificada e estável dinastia T'ang, as próximas gerações de estudantes tiveram uma base em que fundamentar suas próprias idéias e ensinamentos.

Durante o período de vida de Tao-hsin, emergiu a disputa entre a iluminação súbita e a iluminação gradual. Embora Tao-hsin tenha sido um proponente do esclarecimento gradual, gerações posteriores continuaram o debate e novas escolas começaram a emergir baseado nas diferenças das doutrinais. A posição do Tao-hsin é resumida em seu trabalho "Os Cinco Portões" de Tao-hsin:

Saiba isto: Buda é a mente. Fora da mente não existe nenhum Buda. Resumindo, ele inclui os seguintes cinco pontos:

Primeiro: A base da mente é essencialmente una com a Buda.

Segundo: O movimento da mente produz o tesouro da Dharma. A mente se move ainda que esteja tranqüila; torna-se turva e ainda permanece como é.

Terceiro: A mente é desperta e nunca cessa; a mente desperta está sempre presente; o Dharma da mente desperta é sem forma específica.

Quarto: O corpo está sempre vazio e silencioso; interior e exterior, são um e o mesmo; o corpo está no mundo de Dharma, por isso não é afetado.

Quinto: Mantendo a unidade sem perder-se -- estando presente tanto no movimento como no resto, podemos ver a natureza de Buda claramente e entrar no portão do samadhi.

Tao-hsin teve dois estudantes proeminentes: Fa-jung, que começou o que é agora conhecido como a Escola de Oxhead e seu sucessor Hung-jen.

Hung-jen, o quinto patriarca chinês do Ch'an, tem uma história semelhante aos primeiros quatro patriarcas de Ch'an. Ele saiu de casa cedo para se tornar um monge, passou longos períodos de tempo em zazen, livrou-se dos sutras, atingiu a iluminação, e morreu em idade avançada depois de transmitir seus ensinos para um único sucessor.

Hung-jen marca o início de um novo período do Ch'an, caracterizado por relações fortes entre mestre e discípulo e pela expansão da prática espiritual além da meditação indiana (dhyana). A prática espiritual de Hung-jen era baseada no "despertar gradual" ensinamento de seu predecessor, Tao-hsin. No texto Tsui-shang-ch'en lun, um trabalho que se acredita ter sido escrito por Hung-jen, ele dá instrução a seus estudantes:

Olhe para onde o horizonte desaparece além do céu e veja a figura una. Esta é uma grande ajuda. Serve para aqueles novatos que se sentam em meditação, quando sua mente estiver distraída, enfocar sua mente na figura una.

Neste período de expansão da prática Ch'an, Hung-jen teve um total de onze discípulos que ele confirmou como tendo dominando os ensinamentos. Até mais incrível que isto, três destes estudantes, Shen-hsiu, Hui-neng e Chih-hsien começaram suas próprias escolas baseadas em variações dos ensinos de Hung-jen.

Porém, a tradição de escolher um herdeiro do dharma continuou, e o herdeiro de Hung-jen foi um brilhante estudante chamado Fa-ju. Por alguma razão, porém, Fa-ju nunca foi incluído na lista de patriarcas, e naquele momento, ainda não havia sido estabelecida uma teoria formal de uma linhagem patriarcal. Apesar da sucessão de Fa-ju, o herdeiro oficial de Hung-jen, de acordo com o estudioso confuciano Ch'ang Yueh (667-730), é Shen-hsiu.

Antes de nós olharmos para Shen-hsiu, devemos primeiro olhar para o mestre que hoje em dia as modernas escolas do Zen consideram o sexto patriarca, Hui-neng. É quase impossível separar o fato da ficção no caso de Hui-neng. Quase tudo que é sabido sobre ele vem do Sutra da Plataforma, um trabalho cuja base histórica foi completamente fabricada. Nós sabemos que ele foi um dos mais jovem contemporâneos de Shen-hsiu que pregou um vida mundana para o mestre do Ch'an, como iremos discutir na seção sobre Hung-jen.

Quanto aos ensinamentos de Hui-neng, eles não eram diferentes dos de Shen-hsiu. De fato, como John McRae descobriu em sua pesquisa, " Ch'eng-kuan of the Hua-yen school", por exemplo, é impossível perceber qualquer diferença significante entre os ensinamentos do Ch'an do norte (o do Shen-hsiu) e os do Ch'an do Sul (o de Hui-neng). As disputas sobre o despertar súbito e o gradual foram invenções criadas por um dos sucessores de Hui-neng, Shen-hui, como será discutido mais tarde.

Shen-hsiu foi um mestre muito famoso, altamente educado que tentou, como Hui-neng, emular os ensinamentos de seu mestre. Shen-hsiu mudou-se para Lo-yang, o capitólio, em 701. Ele foi aceito pelo Imperador e pela Imperatriz e teve que ajustar seus ensinamentos para esta situação. Este foi o início da idéia do Zen de "significado hábil". Shen-hsiu chamou sua escola de "Ensinamentos da Montanha do Leste" em honra a seu professor Hung-jen, que ensinou na que era conhecido como a Montanha do Leste.

Até aí, não existia nenhuma referência sobre as escolas do norte ou do sul e era pequeno ou nenhum o conflito entre os métodos de prática espiritual. Este período harmonioso entre o período de Hung-jen e as mortes de Shen-hsiu e Hui-neng foi o período mais criativo de Ch'an. Porém, o amplo alcance desta criatividade resultou inevitavelmente em conflito. Como Heinrich Dumoulin assinala: "A diversidade rica de elementos espirituais e intelectuais que fluiram juntas durante este primeiro período do Zen budismo foi o arauto de conflitos que apareceram nas duas ou três gerações seguintes." O instigador destes conflitos foi um monge chamado Shen-hui.

É com Shen-hui e seus sucessores que as lendas coloridas sobre o Ch'an foram criados e desenvolvidas. Antes de Shen-hui, não havia nenhuma escola do norte e do sul, iluminação súbita ou gradual, ou qualquer conflito dentro da linhagem.

Shen-hui foi um monge de Nan-yang que estava determinado a começar sua própria escola de Ch'an. Ele estudou com Hui-neng por mais ou menos sete anos, até morte do Hui-neng em 713. Em 732, Shen-hui realizou uma conferência em Hua-t'ai no Templo Ta-yu. Aí foi onde ele planejou seu ataque contra a escola de Shen-hsiu que incluiu referir-se a escola de Shen-hsiu como a Escola do norte, substituindo Shen-hsiu por Hui-neng na linhagem, atacando a escola de Shen-hsiu em pontos doutrinais e uma vez que seu ataque foi bem sucedido, declarou-se ele mesmo sucessor do Hui-neng.

Primeira linha de ataque de Shen-hui foi criar uma diferença mais ampla entre as escolas de Hui-neng e a de Shen-hsiu. Ele fez isto etiquetando os ensinamentos de Shen-hsiu como "A Escola do Norte", um ataque que implicava em que a escola de Shen-hsiu estava baseada em ensinamentos inferiores. Antes deste ataque, como foi mencionado anteriormente, Shen-hsiu se referia a sua escola como "Os Ensinamentos da Montanha do Leste". Os discípulos de Shen-hui posteriormente se referiram a sua escola como a "Escola do Sul". A controvérsia acima de qual é a Escola do Norte e qual é a Escola do Sul está baseada tanto na geografia (a "Escola do Norte" estava no Norte) e como nas palavras chinesas nan-tun pei-chien, significando "subitaneidade do Sul, gradualidade do Norte".

Naquele momento, o esclarecimento súbito foi considerado o ensino verdadeiro, e todo mundo identificou sua escola com a prática de esclarecimento súbito. Então, para Shen-hui etiquetar a escola do Shen-hsiu com "A Escola do Norte" foi um insulto, implicando que a escola de Shen-hsiu tinha ensinamentos inferiores. Seria semelhante que referir-se ao budismo Theravada como Hinayana. Heinrich Dumoulin escreve: "De acordo com o Zen popular mais antigo, não só o esclarecimento súbito é incomparavelmente superior ao esclarecimento gradual como ele representa Zen verdadeiro -- realmente, este seria o modo de avaliar o Zen autêntico."

A substituição de Shen-hui como o real herdeiro do dharma de Hui-neng envolve uma série das histórias e ensinamentos forjados, inclusive ré-escrevendo a linhagem, e tentando provar que Hung-jen havia pretendido que Hui-neng fosse seu sucessor.

Shen-hui faz seu primeiro ponto dizendo que desde o tempo de Bodhidharma, cada mestre deu a seus mantos para seu sucessor. Esta linha de sucessão continua deste modo até Hung-jen, que, de acordo com Shen-hui, deu a seu manto para Hui-neng. Shen-hui escreveu:

O manto é prova do Dharma, e o Dharma é a doutrina (confirmada pela posse) do manto. Ambos Dharma e manto são legados de um mestre ao outro. Não existe nenhuma outra transmissão. Sem a manto, a Dharma não pode ser transmitido, e sem o Dharma, o manto não pode ser obtido.

Até este ponto, a idéia de uma linha singular de sucessão não existia. De fato, quando Shen-hui contou esta história pela primeira vez na conferência em Hua-t'ai, um representante da linhagem de Shen-hsiu expressou sua perplexidade: "Confuso, Ch'ung-yuan perguntou por que só pode existir uma sucessão em cada geração e se a transmissão da Dharma era dependente na transmissão do manto." Como acontece com a maioria das mentiras, esta aqui exigiu a sustentação de mentiras adicionais fazer valer seu propósito.

Para legitimar estas histórias inventadas, Shen-hui criou outra história para complementá-las. Nesta história, Shen-hui cria um diálogo imaginário que ele usa em seus ensinamentos: "Durante sua vida o mestre Ch'an Shen-hsiu declarou que a manta, símbolo da Dharma, transferida na sexta geração, estava em Shao-chou (próximo do templo de Hui-neng)."

A história mais importante criada é provavelmente o diálogo que acontece entre Shen-hsiu e a Imperatriz Wu. Philip Yampolsky descreve esta história de um dos textos de Shen-hui chamado "Nan-yang ho-shang wen-ta tsa-cheng i":

...quando a Imperatriz Wu convidou Shen-hsiu para a corte, no ano 700 ou 701, este monge instruído alegou ter dito que em Shao-chou existia um grande mestre [Hui-neng], que secretamente havia herdado o Dharma do Quinto Patriarca.

Esta história aparece em quase todos os contos Ch'an deste período, inclusive no Sutra do Sexto Patriarca que será discutido mais tarde.

Shen-hui então ataca "A Escola do Norte" pelas diferenças doutrinais. Novamente, estes ataques são forjados. Shen-hui reivindica, como foi mencionado antes, que os ensinamentos de Shen-hsiu, identificado como a "Escola do Norte", são da prática do esclarecimento gradual. Após erguer esta divisão, ele usa vários diálogos forjados, semelhantes aos que ele usou em suas reivindicações do manto. A mais famosa é um diálogo entre o Mestre Yuan e Shen-hui sobre dois sucessores do Shen-hsiu, P'u-chi e Hsiang-mo:

Mestre Yuan disse: P'u-chi chan shih of Sung-yueh e Hsiang-mo, estes dois monges de grande virtude, ensinam as pessoas a "concentrar a mente e entrar em dhyana, fixar a mente na pureza, estimular a mente a iluminar o externor, controlar a mente para demonstrar o interno."

Sobre esta base eles fundamentam seus ensinamentos.

Por que, quando você fala sobre o Ch'an, você não ensina as pessoas estas coisas? O que é estar sentado em meditação (tso-ch'an)?"

O monge [Shen-hui] disse: "Se eu ensinasse pessoas a fazer estas coisas, seria um impedimento para atingir a iluminação. Com o sentar (tso) eu estou falando sobre não criar pensamentos. Com a meditação (ch'an) eu estou falando sobre ver a natureza original."

Estas críticas foram os melhores disparos de Shen-hui contra a Escola do Norte. Como Philip Yampolsky escreve: "Este ataque foi inteligente e efetivo; mas, porém, foi completamente injustificado." A Escola do Norte ensinou também uma forma de esclarecimento súbito. Estes ensinamentos foram uma mistura sofisticada de práticas derivadas do Sutra do Coração, do Lankavatara Sutra e dos ensinamentos de Hua-Yen. Como Philip Yampolsky assinala, podem ter sidos mais próximos aos ensinamentos de Hung-jen que o que Shen-hui promoveu.

Estas descrições dos ataques de Shen-hui poderiam soar como se existisse uma batalha lançada entre as Escolas do Norte e a Escola do Sul. Este não foi o caso. A "Escola do Norte" como é sabido hoje, ignorou Shen-hui. Não existe uma única referência a Shen-hui em qualquer texto da Escola do Norte. Como John McRae assinala, "Este fracasso para contradizer as crítica de Shen-hui é indicativo da natureza fictícia da entidade `Escola do Norte.'" Ainda que estes ataques tenham falhado, porém, serviram a escola de Shen-hui que muito precisou da publicidade. Se não fosse pelo ataque de Shen-hui, que chamou a atenção para a escola de Hui-neng, a escola de Hui-neng teria seguido na obscuridade. O outro lado das pregações de Shen-hui, foi que seus ataques francos atraíram a atenção do censor imperial, Lu I, que era a favor da Escola do Norte. Depois de uma entrevista com o Imperador Hsuan-tsung em 753, funcionários do governo estavam convencidos que Shen-hui era uma pessoa perigosa, e então o baniram do capitólio, Lo-yang.

Shen-hui foi enviado para vários lugares durante seu exílio, todos os quais eram lugares seguros dos ensinamentos da Escola do Norte. Ele usou esta situação em sua vantagem, orando e ganhando influência crescente através de seus ataques. O governo que baniu Shen-hui foi exilado em 756, quando um exército rebelde tomou as cidades da capital na Rebelião de An Lu-Shan. Forçados a defenderem-se deste ataques, o governo começou a esforços para obter capital para sustentar seus exércitos, que incluíram ajustar as plataformas de ordenação para vender certificados de ordenação. Shen-hui retornou do exílio para ajudar nestes esforços. Em troca de seu serviço, o governo lhe prometeu uma posição de autoridade e poder. Heinrich Dumoulin salienta este fato dizendo:

Parece irônico aquele que criticou tão implacavelmente os mestres da Escola do Norte por negligentemente terem assumido títulos honoríficos e então Ter traído o espírito verdadeiro de Bodhidharma viria a passar sua velhice aquecido pelas graças do poder.

Uma discussão sobre este conflito não seria completa sem mencionar o Sutra da Plataforma do Sexto Patriarca. Este trabalho foi composto por um monge da Escola Ox-head em uma tentativa de reconciliar as diferenças entre as escolas do ch'an do norte e do sul No que alguns historiadores budistas chamam de brilhante estratégia, a Escola de Ox head, teria escrito o Sutra da Plataforma, decidida a concordar com os pontos doutrinais da Escola do norte enquanto sustentava a reivindicação de Shen-hui de que Hui-neng foi o 6° Patriarca. Ao mesmo tempo, eles evitaram cuidadosamente qualquer menção a Shen-hui. As histórias contadas sobre Hui-neng e Shen-hsiu no Sutra da Plataforma, que alguns estudiosos e professores Zen ainda asseguram como verdade, derivam principalmente dos contos imaginários criados por Shen-hui. Embora histórias contadas no Sutra da Plataforma sejão completamente falso, os ensinamentos contidos nele vêm da Escola do norte, e como foi assinalado anteriormente, são muito próximos da linha dos ensinamentos de Hung-jen.

A Escola do norte continua a existir até as perseguições de Hui-ch'ang no século IX (842-845), mas sem muito prestígio ou poder. A Escola de Shen-hui, apoiada pelo governo, se tornou a escola predominante do Ch'an. Por estar tão próxima do tribunal imperial, o ch'an do Norte tinha a tendência de ser a religião do dia. Então, não é de admirar que uma nova tendência tenha emergido, uma tendência liderada por Shen-hui.

Este evento tinha levado os mestres Zen a advertir seus estudantes contra "instalação de seus locais" próximos aos centros do governo. 500 anos mais tarde, o Mestre Zen Dogen, claramente o mais famoso Mestre Zen japonês, foi advertido por seu professor chinês Ju-ching:

Você não devia viver nas cidades ou outros lugares de habitação humana. Ao invés de, ficar próximo de monarcas e ministros, façam sua casa em montanhas altas e distantes vales, transmitindo a essência do Zen budismo para sempre, seja tão somente um simples e verdadeiro praticante da iluminação.

Esta perda de favores não foi a única razão para o declínio inicial do Ch'an do norte, que ele suportou como uma marca contra sua reputação, não só por causa de sua degeneração mas por causa do estigma de ser uma religião de tribunal, e então tendenciosa e superficial. Outra razão importante, e omitida freqüentemente, para o declínio da Escola do Norte, é defendida por John McRae.

O argumento do McRae é: Por que a Escola do Norte não devia deixar de existir? Afinal de contas, os rótulos, tabelas de linhagem e as disputas sobre a doutrina não eram significativas para os seguidores da Escola do Norte. Eles eram apenas indivíduos estudando com um professor e buscando seguir o caminho da Buddha. McRae argumenta:

Não existe nenhuma evidência de que seus membros tivessem compromisso de lealdade diferente de uma dedicação pessoal ao caminho do bodhisattva. Cada compromisso individual era com o Dharma e com seu próprio mestre, não com alguma entidade institucional conhecida como o Ensinamentos da Montanha do Leste,ou a Escola do Norte.

Longe de ser derrotado em uma luta religiosa, a Escola do Norte simplesmente perdeu sua popularidade e lentamente declinou. Porém, a Escola do Sul compartilhou o mesmo destino. Embora Shen-hui tenha ganho a batalha, que resultou na inclusão de Hui-neng como o 6° Patriarca, sua Escola do Sul lentamente extinguiu-se devido a falta de criatividade entre seus sucessores. Como Heinrich Dumoulin assinala: "Não existe nenhum nome notável entre os discípulos diretos de Shen-hui."

A interação e criatividade das sete escolas diferentes que emergiram das perseguições de Hui-ch'ang se tornaram a força imaginativa que trouxe Ch'an para onde está hoje. Eles incluíram Hui-neng como o 6° Patriarca, como foi ensinado no Sutra da Plataforma da Escola de Oxhead, mas omitiu Shen-hui, substituindo seu nome pelos líderes criativos de suas próprias escolas.

Esta se tornou claramente a Idade Dourada do budismo Ch'an, caracterizada por "...um relaxamento das estruturas institucionais tradicionais, um afrouxamento dos controles metropolitano, uma difusão geográfica através do país inteiro, uma penetração mais profunda no meio das pessoas comuns, e em geral um processo difundido de inculturação."

Este período do Ch'an é que eventualmente resultou na expansão do budismo Ch'an para o Vietnã, Coréia e o Japão -- e em última instância para o Ocidente. Embora este período tenha sido incomum, ele foi muito importante no desenvolvimento do Ch'an. Depois de Shen-hui, as escolas Ch'an começaram a cooperar uma com as outras, permitindo-as crescer, tanto em tamanho como no entendimento de como estudantes e mestres expunham os aspectos diferentes dos ensinamentos. De fato, existe uma tradição no Zen de hoje de não olhar para "seitas" ou "escolas" de budismo como separadas ou diferente, mas como algumas das manifestações diferentes dos ensinamentos budistas; um "significado hábil" para ensinar uma variedade de estudantes. Embora este período do Ch'an tenha sido carente em valores espirituais budistas, não obstante provocou um período de cooperação e criatividade que existe até os dias de hoje.

Notas:

Appendix I

FROM: A.F. Price & Wong Mou-lam, Trans. The Diamond Sutra & The Sutra of Hui-neng. (Boston: Shambhala, 1990) 138. (PRE TUN-HUANG)

Obras Citadas

Aitken, Robert. The Gateless Barrier. San Francisco: North Point Press, 1990.

Dumoulin, Heinrich. Zen Buddhism: A History Vol 1. New York: Macmillan Publishing Company, 1988.

Kohn, Michael H., Trans. The Shambhala Dictionary of Buddhism and Zen. Boston: Shambhala, 1991.

McRae, John R. The Northern School and the Formation of Early Ch'an Buddhism. Honolulu: University of Hawaii Press, 1986.

Price, A.F. and Wong Mou-lam, Trans. The Diamond Sutra & The Sutra of Hui-neng. Boston: Shambhala, 1990.

Schirokauer, Conrad. A Brief History of Chinese and Japanese Civilizations. New York: Harcourt Brace Jovanovich, Publishers, 1978.

Yampolsky, Philip B., Trans. The Platform Sutra of the Sixth Patriarch. New York: Columbia University Press, 1967.

Yokoi, Yu-ho-. Zen Master Do-gen. New York: Weatherhill, 1987.




THE DEVELOPMENT AND DECLINE OF THE NORTHERN SCHOOL OF CH'AN

by Gary L. Ray

The historical accounts of the Northern and Southern Schools of Ch'an demonstrate an unusual, yet vitally important period of development. This period resulted from a seed of creativity planted by the 5th Chinese Patriarch, Hung-jen, and was followed by what could be called the "Golden Age" of Ch'an development. To adequately discuss this we need to first explain how Hung-jen planted this seed, followed by his creative successors who expanded on his teachings. Then we need to discuss Shen-hui, the man who attempted to re-write history by fabricating stories and attempting to re-create the lineage itself. Finally, the aftermath of this attack and the ushering in of the new age of Ch'an will give us a greater perspective of how Ch'an became what it is today.

Ch'an developed slowly in its first 100 years in China. Bodhidharma taught Hui-k'o, Hui-k'o taught Seng-ts'ang and Seng- ts'ang taught Tao-hsin. Ch'an began to blossom creatively with the creation of a new style of teaching, created by Tao-hsin and carried on by his successors. This style of monastic Ch'an continues to the present day and is summed up in a list of rules known as the "pure regulations".

The "pure regulations" include four major points of practice that set the Ch'an community apart from other sects of Buddhism.

These points include:

1. Scriptures were to be studied for their deeper spiritual meaning and not to be taken literally.

2. Ch'an was a spiritual practice for everyone.

3. Activity of any kind is meditation.

4. The community is independent -- creating its own resources, such as growing food.

Although some scholars debate whether the "pure regulations" originated in this period, these trends are noticeable in the Ch'an stories and documents of the 6th and 7th century.

With Ch'an practice codified and carried out, and theemergence of the unified and stable T'ang dynasty, the next generations of students were given a platform on which to base their own ideas and teachings.

During the period of Tao-hsin's lifetime, the argument about sudden versus gradual enlightenment emerged. Although Tao-hsin was a proponent of gradual enlightenment, later generations continued to debate and new schools began to emerge based on doctrinal differences. Tao-hsin's position is summed up in his work FiveGates of Tao-hsin:

Let it be known: Buddha is the mind. Outside of the mind there is no Buddha. In short, this includes the following five things:

First: The ground of the mind is essentially one with the Buddha.

Second: The movement of the mind brings forth the treasure of the Dharma. The mind moves yet is ever quiet; it becomes turbid and yet remains such as it is.

Third: The mind is awake and never ceasing; the awakened mind is always present; the Dharma of awakened mind is without specific form.

Fourth: The body is always empty and quiet; both within and without, it is one and the same; the body is located in the Dharma world, yet is unfettered.

Fifth: Maintaining unity without going astray -- dwelling at once in movement and rest, one can see the Buddha nature clearly and enter the gate of samadhi.

Tao-hsin had two students of prominence: Fa-jung, who started what is now known as the Oxhead School and his successor Hung-jen.

Hung-jen, the fifth Chinese patriarch of Ch'an, has a history similar to the first four patriarchs of Ch'an. He left home early to become a monk, sat for long periods of time in meditation, discarded the sutras, realized enlightenment, and died at an advanced age after transmitting his teachings to a single successor.

Hung-jen marks the beginning of a new period of Ch'an, one characterized by strong master-disciple relationships and the expanding of spiritual practice beyond the Indian dhyana meditations. Hung-jen's spiritual practice was based on the "gradual enlightenment" teachings of his predecessor, Tao-hsin. In the text Tsui-shang-ch'en lun, a work believed to be written by Hung-jen, he gives instruction to his students:

Look to where the horizon disappears beyond the sky and behold the figure one. This is a great help. It is good for those beginners to sit in meditation, when they find their mind distracted, to focus their mind on the figure one.

In this period of expansion of Ch'an practice, Hung-jen had as many as eleven students who he confirmed as mastering the teachings. Even more incredible than this, three of these students, Shen-hsiu, Hui-neng and Chih-hsien started their own schools based on variations of Hung-jen's teachings.

However, the tradition of choosing a dharma heir continued, and Hung-jen's heir was a brilliant student named Fa-ju. For some reason, however, Fa-ju was never included in the list of patriarchs, and at the time, a formal theory of a patriarchal lineage had not been established. Despite the succession of Fa-ju, the official heir to Hung-jen, according to the Confucian scholar Ch'ang Yueh (667-730), is Shen-hsiu.

Before we look at Shen-hsiu, we should first look at the teacher who modern day Zen schools consider the sixth patriarch, Hui-neng. It is almost impossible to separate fact from fiction in the case of Hui-neng. Nearly everything that is known about him comes from the Platform Sutra, a work whose historical basis was completely fabricated. We do know that he was a younger contemporary to Shen-hsiu who led the typical mundane life of the Ch'an teacher as was discussed in the section about Hung-jen.

As for Hui-neng's actual teachings, they were no different from those of Shen-hsiu. In fact, as John McRae discovered in his research, "Ch'eng-kuan of the Hua-yen school, for example, was unable to see any significant difference between the teachings of Northern (Shen-hsiu's) and Southern (Hui-neng's) Ch'an. The arguments over sudden versus gradual enlightenment were complete fabrications created by one of Hui-neng's successors, Shen-hui, who will be discussed later.

Shen-hsiu was a very famous, highly educated teacher who attempted, like Hui-neng, to emulate the teachings of his late master. Shen-hsiu moved to Lo-yang, the capitol, in 701. He was accepted by the Emperor and Empress and even tailored his teachings to fit their needs. This was the beginning of the Zen idea of "skillful means". Shen-hsiu named his school the "East Mountain Teaching" in honor of his teacher Hung-jen, who taught on what was known as the East Mountain.

Up to this time, there was no reference to Northern or Southern schools and there was little or no conflict between methods of spiritual practice. This harmonious period between the time of Hung-jen and the deaths of Shen-hsiu and Hui-neng was the most creative period of Ch'an. However, this broad range of creativity inevitably resulted in conflict. As Heinrich Dumoulin points out: "The rich diversity of spiritual and intellectual elements that flowed together during this early period of Zen Buddhism were the harbinger of conflicts to appear in the following two or three generations." The instigator of these conflicts was a monk named Shen-hui.

It is with Shen-hui and his successors that the colorful legends of Ch'an are created and developed. Before Shen-hui, there had been no Northern and Southern schools, gradual or sudden enlightenment, or even a conflict over lineage.

Shen-hui was a monk from Nan-yang who was determined to start his own school of Ch'an. He studied with Hui-neng for about seven years, until Hui-neng's death in 713. In 732, Shen-hui held a conference in Hua-t'ai at the Ta-yun Temple. This was where he planned his attack against the school of Shen-hsiu which included referring to Shen-hsiu's school as the Northern School, substituting Shen-hsiu for Hui-neng in the lineage, attacking Shen-hsiu's school on doctrinal points and once his attack was successful, declaring himself Hui-neng's successor.

Shen-hui's first line of attack was to create a broader difference between the schools of Hui-neng and Shen-hsiu. He did this by labeling Shen-hsiu's teachings "The Northern School", an attack that implied that Shen-hsiu's school was based on inferior teachings. Before this attack, as was mentioned earlier, Shen-hsiu referred to his school as "The East Mountain Teaching". Shen- hsiu's disciples later referred to their school as the "Southern School". This controversy over what is the Northern School and what is the Southern School is based both on geography (the "Northern School" was in the North) and the Chinese saying nan-tun pei-chien, meaning "suddenness of the South, gradualness of the North".

At the time, sudden enlightenment was considered the true teaching, and everyone identified their school with the practice of sudden enlightenment. Therefore, for Shen-hui to label Shen-hsiu's school "The Northern School" is an insult, implying that Shen- hsiu's school had inferior teachings. It would be similar to referring to Theravadan Buddhism as Hinayana. Heinrich Dumoulin writes: "According to the mainstream of later Zen, not only is sudden enlightenment incomparably superior to gradual enlightenment but it represents true Zen -- indeed, it is the very touchstone of authentic Zen."

Shen-hui's substitution of Hui-neng as the real dharma heir involves a series of fabricated stories and teachings, including re-writing the lineage, and attempting to prove that Hung-jen intended for Hui-neng to be his successor.

Shen-hui first makes his point by saying that from the time of Bodhidharma, each master has given his robes to his successor. This line of succession continues all the way down to Hung-jen, who, according to Shen-hui, gave his robes to Hui-neng. Shen-hui wrote:

The robe is proof of the Dharma, and the Dharma is the doctrine (confirmed by the possession) of the robe. Both Dharma and robe are passed on through each other. There is no other transmission. Without the robe, the Dharma cannot be spread, and without the Dharma, the robe cannot be obtained.

Up to this point, the idea of a singular line of succession did not exist. In fact, when Shen-hui first told this story at the

conference in Hua-t'ai, a representative from Shen-hsiu's lineage expressed puzzlement: "Confused, Ch'ung-yuan asked why there could be only one succession in each generation and whether the transmission of the Dharma was dependent on the transmission of the robe." As most lies tend to be, this one required additional supporting lies to make it stand on its own.

To legitimize these fabricated stories, Shen-hui created another story to complement them. In this story, Shen-hui creates a fictional dialogue that he uses in his teachings: "During his lifetime the Ch'an Master Shen-hsiu stated that the robe, symbolic of the Dharma, as transferred in the sixth generation, was at Shao-chou (near Hui-neng's temple)."

The most important fabricated story is probably the dialogue that takes place between Shen-hsiu and the Empress Wu. Philip Yampolsky describes this story from one of Shen-hui's texts called Nan-yang ho-shang wen-ta tsa-cheng i:

...when the Empress Wu invited Shen-hsiu to court, in the year 700 or 701, this learned priest is alleged to have said that in Shao-chou there was a great master [Hui-neng], who had in secret inherited the Dharma of the Fifth Patriarch.

See Apendix I. This story appears in almost every account of Ch'an in this period, including the Sutra of the Sixth Patriarch which will be discussed later.

Shen-hui then attacks "The Northern School" on doctrinal differences. Again, these attacks are fabricated. Shen-hui claims, as was mentioned in his labeling of Shen-hsiu's teachings, "the Northern School", that the Northern School practices gradual enlightenment. To back up this claim, he uses several fabricated dialogues similar to the ones he used in his robe claims. The most famous one is a dialogue between Master Yuan and Shen-hui about two of Shen-hsiu's successors, P'u-chi and Hsiang-mo:

The Master Yuan said: "P'u-chi chan shih of Sung-yueh and Hsiang-mo of Tung-shan, these two priests of

great virtue, teach men to "concentrate the mind to enter dhyana, to settle the mind to see purity, to stimulate

the mind to illuminate the external, to control the mind to demonstrate the internal." On this they base their

teaching. Why, when you talk about Ch'an, don't you teach men these things? What is sitting in meditation (tso-ch'an)?"

The priest [Shen-hui] said: "If I taught people to do these things, it would be a hindrance to attaining

enlightenment. The sitting (tso) I'm talking about means not to give rise to thoughts. The meditation (ch'an) I'm

talking about is to see the original nature."

This assault was Shen-hui's best shot against the Northern School. As Philip Yampolsky writes: "This attack was clever and effective; it may, however, have been quite unjustified." The Northern School also taught a form of sudden enlightenment. It's teachings were a sophisticated blend of practices derived from the Heart Sutra, the Lankavatara Sutra and the teachings of Hua-Yen. As Philip Yampolsky points out, it may have been closer to the teachings of Hung-jen than what Shen-hui promoted.

These descriptions of Shen-hui's attacks might sound as if there was a pitched battle between the Northern School and the Southern School. This was not the case. The "Northern School" as it is known today, ignored Shen-hui. There is not a single reference to Shen-hui in any Northern School text. As John McRae points out, "This failure to rebut Shen-hui's criticism is indicative of the fictitious nature of the entity `Northern School.'" Even if these attacks failed, however, it gave Shen-hui's school much needed publicity. If it had not been for Shen-hui's attack, which drew attention to the school of Hui-neng, Hui- neng's school would have drifted into obscurity. The down side to this for Shen-hui, was that his outspoken attacks attracted the attention of the imperial censor, Lu I, who was in favor of the Northern School. After an interview with Emperor Hsuan-tsung in 753, government officials were convinced that Shen-hui was a dangerous person, and therefore banished him from the capitol, Lo- yang.

Shen-hui was sent to various places during his exile, all of which were strongholds of Northern School teachings. He used this situation to his advantage, preaching and gaining increasing influence through his attacks. The government which banished Shen- hui was driven into exile in 756, when a rebel army took the capital cities in the An Lu-Shan Rebellion. Forced to defend themselves from this attack, the government began fund-raising efforts to support their armies, which included setting up ordination platforms to sell certificates of ordination. Shen-hui was brought back from exile to help in these efforts. In return for his service, the government promised him a position of authority and power. Heinrich Dumoulin responds to this by saying:

It seems ironic that one who so relentlessly criticized masters of the Northern School for carelessly assuming honorific titles and so betraying the true spirit of Bodhidharma should spend his old age basking in the grace of the powers that be.

A discussion of this conflict would not be complete without mentioning the Platform Sutra of the Sixth Patriarch. This work was composed by a monk of the Ox-head school in an attempt to reconcile the difference between the schools of Northern and Southern Ch'an. In what some Buddhist historians call brilliant planning, the Oxhead School, in writing the Platform Sutra, decided to agree with the doctrinal points of the Northern School while supporting Shen-hui's claim that Hui-neng was the 6th Patriarch. At the same time, they carefully avoided any mention of Shen-hui. The historical accounts of Hui-neng and Shen-hsiu in the Platform Sutra, which some scholars and Zen teachers still hold as true, come mainly from the fictional tales created by Shen-hui. Although the historical accounts in the Platform Sutra are completely false, however, the teachings within it come from the Northern School, and as was pointed out earlier, are very much along the lines of those taught by Hung-jen.

The Northern School continued to exist until the Hui-ch'ang Persecutions of the 9th century (842-845), but without much prestige or power. Shen-hui's school, fostered by the government, became the predominant school of Ch'an. By being so close to the imperial court, Northern Ch'an had become the "trendy" religion of the day. Therefore, it is not surprising that a new trend emerged, a trend led by Shen-hui. This event has prompted Zen masters to warn their students against "setting up shop" near centers of government. 500 years later, Zen Master Do-gen, clearly the most famous Japanese Zen Master, was warned by his Chinese teacher Ju-ching:

You should not live in cities or other places of human

habitation. Rather, staying clear of kings and

ministers, make your home in deep mountains and remote

valleys, transmitting the essence of Zen Buddhism

forever, if even only to a single true Bodhiseeker.

Not only was this loss of favor a reason for Northern Chan's initial decline, but it stood as a blemish against its reputation, not only because of its degeneration but because of the stigma of being a religion of court, and therefore trendy and superficial. Another important, and often overlooked reason for the decline of the Northern School, is argued by John McRae.

McRae's argument is: Why shouldn't the Northern School cease to exist? After all, the labels, lineage tables and arguments over doctrine were insignificant to followers of the Northern School. They were only individuals studying under a teacher in an attempt to follow the path of the Buddha. McRae argues:

There is no evidence that its members took any pledge of

loyalty other than a personal dedication to the

bodhisattva path. Each individual's affiliation was with

the Dharma and with his own master, not to some

institutional entity known as the East Mountain Teaching,

or the Northern School.

Far from being vanquished in a religious struggle, the Northern School simply lost its popularity and slowly declined. However, the Southern School shared the same fate. Although Shen-hui won the battle, forever resulting in the inclusion of Hui-neng as the 6th Patriarch, his Southern School slowly died out due to a lack of creativity among its successors. As Heinrich Dumoulin points out: "There are no names of note among the direct disciples of Shen-hui."

The interaction and creativity of the seven different schools that emerged from the Hui-ch'ang Persecutions became the imaginative force that brought Ch'an to where it is today. They included Hui-neng as the 6th Patriarch, as it was taught in the Oxhead School's Platform Sutra, but left out Shen-hui, substituting his name with the creative leaders of their own schools. This clearly became the Golden Age of Ch'an Buddhism, characterized by "...a relaxing of traditional institutional structures, a loosening of metropolitan controls, a geographical diffusion across the entire country, a deeper penetration among the common people, and in general a widespread process of inculturation."

This period of Ch'an is what eventually resulted in the spread of Ch'an Buddhism to Vietnam, Korea and Japan -- and ultimately to the West. Although this period of infighting was unusual, it was very important in the development of Ch'an. After Shen-hui, Ch'an schools began to cooperate with each other, allowing themselves to grow, both in size and in understanding as students and masters exposed themselves to different aspects of teachings. In fact, there is a Zen tradition today of not looking at "sects" or "schools" of Buddhism as separate or different, but as some of the different manifestations of Buddhist teachings; a "skillful means" for teaching a variety of students. Although the period of Ch'an infighting was lacking in Buddhist spiritual values, it nevertheless brought about a period of cooperation and creativity that exists to the present day.

Appendix I

FROM: A.F. Price & Wong Mou-lam, Trans. The Diamond Sutra & The Sutra of Hui-neng. (Boston: Shambhala, 1990) 138. (PRE TUN-HUANG)

Works Cited

 

Aitken, Robert. The Gateless Barrier. San Francisco: North Point Press, 1990.

Dumoulin, Heinrich. Zen Buddhism: A History Vol 1. New York: Macmillan Publishing Company, 1988.

Kohn, Michael H., Trans. The Shambhala Dictionary of Buddhism and Zen. Boston: Shambhala, 1991.

McRae, John R. The Northern School and the Formation of Early Ch'an Buddhism. Honolulu: University of Hawaii Press, 1986.

Price, A.F. and Wong Mou-lam, Trans. The Diamond Sutra & The Sutra of Hui-neng. Boston: Shambhala, 1990.

Schirokauer, Conrad. A Brief History of Chinese and Japanese Civilizations. New York: Harcourt Brace Jovanovich, Publishers, 1978.

Yampolsky, Philip B., Trans. The Platform Sutra of the Sixth Patriarch. New York: Columbia University Press, 1967.

Yokoi, Yu-ho-. Zen Master Do-gen. New York: Weatherhill, 1987.




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