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Orientação para tempos difíceisOrientação para tempos difíceis
quando tudo se desfaz
Pema Chödrön
Editora Gryfus


Posfácio à edição brasileira

Em agosto de 1998, nas Montanhas Rochosas do Estado do Cobrado, participei de um retiro cujo tema era o nome deste livro. Durante dez dias, cerca de 200 pessoas, vindas de toda parte dos EUA, Europa e Ásia, encontram-se naquele lugar ermo, ainda visitado por ursos, para assistir às palestras de Perna Chödrön e meditar até 12 horas por dia. Para minha surpresa, em conversas durante as refeições, descobri que trinta por cento dessas pessoas nunca tinham assistido a outro evento budista. Por recomendação de um amigo ou colega, haviam lido o livro que agora está em suas mãos, e sentiram-se tão motivadas que decidiram ter um contato pessoal com os ensinamentos da autora. Em sua maioria, eram artistas ou trabalhavam com algum tipo de ajuda ao próximo — eram médicos, religiosos leigos, professores de crianças deficientes, psicólogos.

No Brasil, os leitores deste livro dificilmente serão aqueles que se sentem fascinados pelos aspectos folclóricos, exóticos ou mágicos do budismo tibetano, ou seja, pelos vôos que nos levam para longe da enfadonha vida cotidiana e de seus problemas. Bem ao contrário, o enfoque de Perna Chödrön é exatamente o de dirigir nossa atenção para os aborrecimentos do dia-a-dia que gostaríamos de evitar, mas que têm tanto a ensinar sobre nossos próprios entraves e rigidez.

Portanto, penso que o público brasileiro de Perna será semelhante ao de outros países: pessoas desiludidas com a busca de urna salvação eterna e com o consumo desenfreado — seja ele de mercadorias ou de crenças. Imagino que sejam pessoas fiéis à verdade, cuja severidade será suavizada pela afinidade com os demais, com aqueles que ainda estão à procura de uma satisfação duradoura, do triunfo do ego. Espero que esse público possa aprender com Perna, em primeiro lugar, a ser carinhoso consigo mesmo e, em seguida, a encorajar os demais a questionar o círculo vicioso de suas esperanças e medo.

As pinturas budistas tradicionais da roda da vida e morte mostram seres que habitam seis reinos de experiência distintos. Podemos entender esses reinos como seis estados habituais de ânimo ou personalidade. Alguns, como o da raiva, são muito atormentados. Outros, como o do sucesso alcançado, durante algum tempo são mais prazerosos. Os seres que vagam por todos eles, porém, estão perdidos e cegos, pois não conseguem escapar da roda. Em todos eles, entretanto, prega um bodisatva diferente e adequado que, à semelhança de Perna Chödrön, é capaz de levar os seres daquele reino a ouvir a mensagem e caminhar para a libertação.

A extraordinária aptidão da autora para ensinar de maneira despretensiosa e afetuosa torna sua mensagem universal, capaz de ser compreendida por todos aqueles que se questionam e são sensíveis. Se você sentiu uma ressonância interna, um arrepio de reconhecimento, talvez lhe seja proveitoso praticar as meditações que ela sugere. Para aqueles que não se sentem abertos à abordagem de Perna, existem outros mestres e muitos enfoques diferentes. O budismo não detém o monopólio da sabedoria deste mundo — nem das besteiras. Afinal, como disse Ôsel Tendzin, todos vêm para o Dharma pelos motivos errados — é o caminho que nos corrige.

Prezado leitor, se quiser saber mais sobre os ensinamentos ou as meditações praticadas pela autora, por favor entre em contato com o Grupo de Meditação Shambhala de São Paulo, através dos endereços de e-mail lincoln@ibm.net, marsiaj@ibm.net e york@quixnet.net. Apenas para facilitar, peço que coloque "Perna Chödrön" no título (subject). Você também pode obter outras informações, em Inglês, no Website do Shambhala International, www.shambhala.org.


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