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por Lama Denys Extrato do livro: "DHARMA – la voie du Bouddha – Mahamudra-Dzogchen" Tradução p/ português: Karma Tenpa Dhargye Em sua obra "A via da felicidade", Lama Denys apresenta a experiência primordial de Mahamudra-Dzogchen numa aproximação universal além das diferentes tradições e de suas formulações conceituais. Esta experiência absoluta realça uma presença não-conceitual que não é redutível a nenhuma formulação.
Por definição, o absoluto não depende de nada. Desprovido de alteridade, dito de outra maneira, sem dualidade ele se basta a si-mesmo. Assim ele é o estado cognitivo que precede o apreender dual o que cria a impressão de separação entre um sujeito observador e dos objetos observados. O absoluto vive na liberação desta apreensão, além da ilusão do eu e do outro, do sentimento daqui e daí. Para o Dharma, o estado absoluto é nossa natureza desperta ou natureza Budha. Sua experiência de não-dualidade é última ou final, no sentido em que esta não é mais "alguém" para ir além de "alguma coisa" que lhe seja diferente. "Absoluto" é um termo convencional para designar a natureza da mente-experiência vivendo no não-agarrar, no não-suporte conceitual. Esta experiência liberadora final pode-se conceber como tendo três qualidades ou dimensões:
Rangjung Dordje, o terceiro Gyalwang Karmapa, um dos principais mestres de nossa linhagem que foi detentor das tradições Mahamudra e do Dzogchen, disse ao falar desta natureza absoluta: Nada pode exprimi-la como sendo "isso". Nada pode limitá-la como outra que "isso". Esta natureza, transcendendo a intelecção, é incondicionada; Possa seu sentido último se tornar certo. Se esta não é realizada, giramos na roda das ilusões; Se esta é realizada, Budha não está em outro lugar; Ela é tudo, e nada é outro. Realidade fundamental, substrato universal, Possa isso que a altera ser compreendido. O substrato universal, primordial que evoca Rangjung Dordje, não é redutível a um nome, próprio ou comum, nem a uma formulação conceitual qualquer que seja ela. É a energia experiencial da Clara Luz, o dinamismo cognitivo anterior à separação sujeito-objeto. Dum ponto de vista prático, a energia e o dinamismo em questão coincidem com a dissolução do apego conceitual que abre à experiência do substrato sem nome nem forma, alaya em sânscrito, no qual reside a conjunção dos opostos. Liberando-se da ilusão das representações, produz-se a abertura à experiência primordial que chamamos também a eterna presença. Esta abertura que existe na suspensão do mental discursivo revela a presença da imediaticidade ou a instantaneidade primordial. A experiência absoluta da presença não-conceitual pode ser qualificada de imanente ou de transcendente. Imanente, porque a presença tem nela mesma a natureza onipresente e intrínseca da mente-experiência. Transcendente, porque ela ultrapassa o ego e as ilusões dualistas sujeito-objeto que lhe estruturam. |